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Ignorando Porto Rico

Em 1493, Cristóvão Colombo estava navegando pelos mares com uma pequena frota de navios, vagava "perdido" pelo Atlântico procurando algo que nem sabia bem o que era... quando adentrou uma surpreendente baía de uma ilha caribenha. Batizou-a de San Juan Bautista e, após rápida estadia para reabastecimento, partiu. Mesmo com as belíssimas praias douradas, emolduradas por palmeiras e a exuberante flora tropical, não levou consigo nenhum encantamento especial para com o local ora descoberto. A ilha descoberta por Colombo era Porto Rico.

 Galeão Espanhol

Mesmo diante da indiferença de Colombo, Ponce de León, que o acompanhava, resolveu que iria retornar a San Juan Bautista, atual Porto Rico, pois ouvira boatos de que os nativos usavam variados adornos feitos de ouro, e ele, Ponce de León, presumiu a existência de fartas quantidades do metal no solo da ilha. Passaram-se quinze anos até que Ponce de León retornasse a ilha e reivindicasse direitos sobre ela e suas possíveis riquezas minerais. Suas expectativas sobre infindáveis quantidades do metal dourado em Porto Rico foram frustradas: o ouro da ilha era pouco, e logo se acabou. Decepcionado, Ponce de León se mandou para o local onde hoje é a Flórida, nos Estados Unidos, e por lá seguiu sua história...

San Juan

Mas Porto Rico ofereceu um outro interessante recurso para os espanhóis: proteção. Sua principal baía era um porto seguro para os navios espanhóis que transportavam ouro das Américas para a Espanha. Ainda hoje, San Juan, capital de Porto Rico, com sua baía protetora, é um dos portos de escala mais movimentados do mundo.

Baía "protetora"

Mas... qual o valor de uma paisagem natural para Colombo e seus contemporâneos ? Zero. Entretanto, nos dias atuais, onde não precisamos tanto assim de uma baía protetora de navios (ainda desejamos e valorizamos muito o ouro...), a paisagem natural diferenciada é um artigo de luxo. É uma riqueza comparável ao metal dourado. E Porto Rico ainda agora nos oferece aquela belíssima paisagem ignorada solenemente por Colombo. A capital de Porto Rico é San Juan.

Cores de San Juan

Praia de San Juan

A cidade antiga e murada de San Juan, contrasta fortemente com a outra parte moderna e movimentada. A cidade é quase toda rodeada pelo mar. É uma cidade muito bem conservada, com casas pintadas em tons pastel, e sacadas enfeitadas com flores coloridas, e ruas calçadas com pedras cinza-azuladas. Ao invés de galeões espanhóis, lotados de exploradores atrás de ouro, Porto Rico recebe, nesses nossos tempos, a visita de imensos, modernos, e lotados de turistas, navios de cruzeiro. Além da interessante capital, San Juan, e das praias impecáveis, a ilha de Porto Rico, e seu entorno, oferece muito mais ao visitante: a reserva natural da Floresta Nacional de El Yunque, que possui deslumbrantes cachoeiras escorrendo pelas encostas de seus morros, bromélias de hipnotizante cor laranja, o lindo papagaio-de-porto-rico (ameaçado de extinção...) e a coquí, que é uma rã minúscula cuja imagem é símbolo oficial porto-riquenho.

El Yunque

A reserva natural de Guánica, detentora de uma raridade: uma floresta tropical seca. Guánica abriga a maior parte das aves nativas de Porto Rico e mais de 700 espécies de plantas. Além de uma costa oceânica, onde tartarugas-verdes e tartarugas-de-couro põem seus ovos, com magníficos manguezais e inesquecíveis recifes de corais.

Guánica

E pra terminar, bem próximo à ilha de Porto Rico, o visitante poderá ter a experiência de tomar "banho de estrelas": a ilha de Vieques possui uma enseada conhecida como baía Bioluminescente. Essa baía tem uma alta concentração de organismos marinhos fosforescentes (a mais alta concentração do mundo, diga-se de passagem, pois em nenhum outro lugar o efeito luminescente é tão intenso...). Esses organismos luminosos emitem um brilho azul-esverdeado, como pequenos "LED's" naturais. É um espetáculo natural dos mais incomuns. E para deleite dos visitantes, é possível mergulhar no meio desses pequenos seres (não são prejudiciais), e tomar o "banho de estrelas" (a água fica cintilante e ao escorrer pelos braços e corpos dos turistas, parece cheia de pequenas estrelas, tudo causado pela presença dos pequenos "LED`s" naturais).

"Banho de Estrelas"

Colombo pode até ter ganhado muito em suas outras descobertas, mas não sabe o que perdeu ao ignorar a pequena ilha de San Juan Bautista...

O Cisne-Negro Veneziano

Pontes de pedra em formato arqueado, janelas em estilo arabesco, terraços floridos e muitos inundados canais navegáveis. Essa é Veneza. Essa cidade italiana não possui ruas (pelo menos não ruas típicas de outras cidades). Possui canais.

A bela Veneza

O Grande Canal Veneziano

Nesses canais circulam um meio de transporte bem pitoresco: a gôndola. Corpo esguio de madeira, "pescoço" longo, cor preta: bem que a gondôla lembra um elegante cisne-negro. Dizem que é o tipo de embarcação mais famosa do mundo.

Uma gôndola

Ninguém sabe quando surgiu a primeira gôndola. Dizem que foi no século 11 d.C. A primeira imagem de uma gôndola remota ao século 15 d.C. E somente entre os séculos 17 e 18 d.C a gôndola recebeu a aparência que a tornou tão diferenciada de outros barcos. O nome "gôndola" também não se sabe de onde veio. Talvez tanha se originado de cymbula, que significa pequena embarcação, em latim, ou de conchula, que quer dizer concha, também termo originário do latim.

A gôndola: típica de Veneza

A gôndola é bem típica de Veneza. É um símbolo veneziano muito forte. Circular pelos canais de Veneza dentro de uma gôndola é uma maneira diferente de ver e conhecer a cidade. Ao observarmos as gôndolas circulando pelos canais percebemos que ela navega em linha reta. Mas como pode ? Sem remar dos dois lados, qualquer outro barco navegaria em círculos! Mas isso não acontece com a gôndola. Ela possui uma estrutura disforme: o lado esquerdo é mais largo que o direito. Essa distorção faz com que o lado direito fique mais inclinado para a água, compensando o impulso que é feito pelo remador, ou gondoleiro, apenas de um lado do barco, permitindo a navegação em linha reta. Outra elemento bem próprio da gôndola é a proa. Ela é feita de ferro, assim como a popa, que juntas, formam o conjunto das duas únicas partes da embarcação feitas de metal. A proa tem um desenho bem marcante. Antigamente ela servia como contrapeso ao gondoleiro, mas nos dias atuais, é apenas elemento decorativo. Belamente decorativo, por sinal. A cor preta é outro elemento peculiar das gôndolas.

Gôndolas

São muitas as explicações para esclarecer os motivos dessas embarcações serem pretas. Conforme uma das histórias, no século 17 d.C, por serem inicialmente as gôndolas muito extravagantes e ostentosas, o senado veneziano, em tentativa de diminuir os exageros, resolveu multar os gondoleiros que se excediam na decoração de seus barcos. Mesmo assim, alguns gondoleiros preferiam pagar a multa e manter a ostentação em suas embarcações. Diante da constatação de tal desobediência, um magistrado veneziano simplesmente resolveu ordenar que todos os barcos fossem pintados de preto. Existem diversas outras, porém, a explicação que é mais plausível sobre o uso da cor preta, era pela necessidade do uso de piche para tornar as gôndolas à prova d'água...

Fim de tarde no Grande Canal

Se um dia for à Veneza, observe bem o cisne-negro veneziano. Você vai se surpreender.

Trapaças Reais

Quem tem TV por assinatura já deve ter visto o programa Trapaças Reais do canal TRUTV. A idéia da atração é mostrar como três trapaceiros profissionais aplicam golpes reais, com relativa facilidade, em lojas, turistas, jogadores e até nos cassinos da cidade de Las Vegas, nos Estados Unidos. Mas o que é mostrado no show da TRUTV é apenas uma pequena amostra das possibilidades de prejuízos, ou lucros, dependendo de qual lado se está, causados pelas técnicas de fraudes dominadas e aplicadas intensamente mundo à fora. Na maioria das vezes basta uma boa conversa pra vítima cair na armadilha do golpista.

Trapaças

Um exemplo bastante comum de golpe é o da mulher sozinha que cai de amores por um galanteador de lábia doce e irresistível. O malandro, carismático e com voz suave, ganha a ingênua na conversa bonita, e quando consegue tirar dela até o último centavo, desaparece como um fantasma. Essa é uma situação até muito mais complicada do que outros tipos de trapaças: além do prejuízo material, fica a dor emocional de ter sido enganada por alguém por quem se nutria o sentimento de paixão.

Charme

A fraude é definida como "qualquer ato ardiloso, enganoso, de má-fé, com o intuito de lesar ou ludibriar outrem". A maioria das fraudes aplicadas ficam sem punição por conta da dificuldade de provar o ato intencional. Também os altos custos para promoção de ações judiciais desestimulam as vítimas. Além do mais, os golpistas consomem rapidamente todos os recursos adquiridos com suas fraudes, tornando muito difícil, para as vítimas, qualquer possibilidade de recuperação de algum valor. A melhor coisa para evitar cair em fraudes é não acreditar. Se uma oferta for boa demais pra ser verdade, com certeza será apenas boa demais e não será verdade.

Cuidado com dados pessoais

Proteja suas informações pessoais. Cuide bem de seus documentos, incluindo extratos bancários. Não dê informações pessoais ou financeiras sem uma razão lógica e necessária. Tenha bom senso. Alguns golpes são baseados em promessas de que investindo certa quantia, haverá retorno financeiro alto e rápido. Essa é uma situação fora da realidade: racionalmente sabemos que não existe nenhum tipo de investimento que permita altos ganhos em curtos períodos de tempo. Nesses casos sempre haverá algum tipo de manipulação ilegal.

Esquema da Pirâmide

Veja os esquemas de "pirâmides": 6 pessoas recrutam, e recebem recursos, cada uma delas, de mais 6 pessoas, acrescentando 36 pessoas à pirâmide, essas 36, recrutam, e recebem recursos, de um total de 216 outras pessoas... e por aí vai... nesse esquema, chega-se a um estágio onde não é mais possível recrutar ninguém, e a pirâmide desaba. É nessa hora que surgem os perdedores, que ficarão com todo o prejuízo. Não se apresse em acreditar em propagandas e boas recomendações. Ninguém negocia com o objetivo de distribuir dinheiro ou dividir segredos de como ficar rico.

A Real Maçã do Amor

A simples menção da expressão "maçã do amor" já desperta nas pessoas a imagem do fruto da macieira, com ou sem cobertura de calda de açúcar saborizado, como um dos símbolos da paixão, do irresistível desejo por aqueles que tomam de assalto nosso coração. Mas você sabia que o verdadeiro, ou pelo menos, que o primeiro fruto representativo do amor não foi a maçã ? O primeiro símbolo do amor era resultado de uma plantinha raquítica que crescia na região andina sul-americana. Tinha frutos saborosos e que cresciam naturalmente na região, sem a necessidade de intervenção dos moradores do lugar. Essa planta foi parar no México, e batizada de xitomatl pelos astecas.

xitomatl

Os astecas curtiram tanto a descoberta dessa planta e seu delicioso fruto que logo o molho de tomate entrou para o cardápio básico da culinária asteca. Os espanhóis, quando chegaram às américas, também incorporaram rapidamente o tomate a sua cozinha. A partir do México, os invasores espanhóis exportaram grandes quantidades de sementes de tomate para a Espanha e para diversas outras colônias suas, espalhando o tomateiro por todo o mundo conhecido até aquele período.

O tomateiro

Apesar de toda a "badalação" inicial em torno do fruto comestível, suculento, e que resulta num molho delicioso, o tomate demorou quase 300 anos para se integrar definitivamente à culinária mundial: muito apreciado no México, o tomate era mal visto pelos europeus. O preconceito contra o tomate tomou forma por conta da classificação da planta como pertencente ao ramo das solanáceas, dada pelos botânicos europeus. Essa família de vegetais é a mesma da beladona, que é venenosa. Pra complicar a situação do tomateiro, suas folhas realmente contêm toxinas e liberam um cheiro intenso e desagradável. O tomate também foi incluído no rol dos frutos afrodisíacos, o que só colaborou para aumentar o preconceito contra a planta... Acreditando nessa teoria, os franceses denominaram o tomate como pomme d'amour (maçã do amor). Na América do Norte, a "vida" do tomate não foi mais fácil! Os americanos diziam que "o tomate tem um gosto tão desagradável, somente o comeria se estivesse morrendo de fome"!

Variedade: fruto pequeno

O molho de tomate

O resgate do tomateiro veio pelas mãos dos italianos, que o chamavam de pomodoro (maçã dourada): na Itália do século 17, o tomate já era profundamente popular. Com o surgimento da primeira pizzaria do mundo, em Nápoles, a demanda pelo tomate aumentou muito.

Pizza: sem tomate perde muito do seu sabor


Gazpacho: sopa fria de tomate

Assim, as pessoas começaram a consumir o fruto com mais naturalidade, menos preconceito e mais prazer. Nos dias atuais existem mais de 4.000 espécies de tomates. O tomateiro não é uma plante exigente, e pode ser cultivada praticamente em qualquer lugar do mundo. Há as variedades que geram frutos pequenos, ótimos para saladas, e os maiores que servem perfeitamente para conservas, saladas e cozidos.

O Blood Mary: vodca, suco de tomate,
suco de limão, sal,
molho inglês, tabasco e pimenta

Pizzas, molhos, saladas, sucos, doces, drinks... o tomate dominou o mundo: alguém imagina a culinária sem seu sabor ?

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