headerphoto

O Crime e a Condição Social

Sente-se seguro em sua rua, seu bairro, sua cidade ? É possível circular nos lugares que você conhece, especialmente à noite, sem medo de sofrer alguma violência ? Hoje em dia mesmo gente que vive em países considerados relativamente seguros admite viver com algum temor de ser vítima do crime. Claro que se analisarmos apenas os números, a realidade dessas pessoas pode, e não é tão ruim... por exemplo, em Toronto, no Canadá, em 2007 ocorreram 84 homicídios, em 2008, foram 72 e em 2009, "apenas" 54 homicídios. Isso numa cidade com aproximadamente 2,5 milhões de habitantes. Mas se os números são baixos, e com tendência de queda, uma situação de aumento de 10%, 20% ou 50% (talvez dois, três ou até vinte registros de crimes a mais por ano) pode assustar os moradores desses locais acostumados com a sensação de absoluta segurança.

Não é a causa, é apenas o meio... 

A realidade aqui no Brasil é mais cruel, e temos motivos bem concretos para temer a violência: dez ou quinze crimes praticados, aumentando nossos índices de criminalidade em relação à períodos anteriores, são irrelevantes! Trabalhamos com números bem mais expressivos: somente nas duas maiores cidades do País foram praticados 3.454 assassinatos em 2009, sendo que no município do Rio de Janeiro (5 milhões de habitantes) ocorreu 2.155 homicídios, e na capital paulista (10 milhões de habitantes) ocorreu 1.299 assassinatos, em igual período. São índices alarmantes, e apenas para uma modalidade de crime...

Muito sangue derramado

Mas qual será a causa ou causas de índices tão elevados ? Será que a condição social é o fator maior, causador dessa tragédia ? A cidade de Toronto é uma cidade muito rica, com boa distribuição de renda, de um país idem, mas que não fica imune ao eventual comportamento delinquente... então, qual seria a causa primordial alimentadora da violência em nosso pedaço das Américas ? Como sabemos, a repressão à prática de delitos no Brasil é ineficiente, ineficaz; muitos dos crimes praticados aqui não são investigados (não vou entrar na questão de falta de investimentos, infraestrutura...), e quando o são, não resultam em punição.

Criança ?

Temos ainda a figura do "di menor", tratado como criança, como ingênuo, protegido por um estatuto demagogo, "podendo" praticar bárbaries ao seu bel-prazer. Neste ambiente, os criminosos ficam com a sensação de que sua atividade compensa, tornando-se mais ousados e determinados a não mudar de atitude. Mesmo quando são presos, o período de reclusão serve apenas como "um tempo de aperfeiçoamento" e logo após receberem a liberdade, voltam às suas práticas infames. Há evidência de que a prática de crimes independe da situação social, de ambiente. Um exemplo simples e corriqueiro, são os muitos casos de "filhos" da classe média-alta: delinquentes "com grana" que se envolvem com o tráfico de drogas, assassinatos, roubos... e o grande número de pobres que não se envolvem em qualquer tipo de ato criminoso. Diante desses argumentos, vemos que não existe somente uma única causa para a violência epidêmica no Brasil, mas podemos concluir que o crime é escolha pessoal, e a sociedade precisa mostrar que essa decisão será reprimida e punida com severidade. Dessa forma a violência não vai acabar, mas poderá ficar enquadrada em níveis "aceitáveis".

Meus pesâmes, para todos nós...

3 comentários:

Andréa Pacheco disse...

Infelizmente estamos vivendo numa sociedade sem leis.
A maioria dos crimes ficam impunes ou tem uma pena miníma.
É lamantavél conviver com essa realidade.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

É verdade. Tem sido muito complicado. Obrigado por seu comentário Andreia.

Postar um comentário

Pesquisar este blog

BlogBlogs.Com.Br