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Paul no Paraíso

Se você acredita na criação, ou acredita na evolução, sabe que desde sempre/desde Adão e Eva, o homem deseja encontrar, ou tenta recuperar, o "paraíso". Mas o que é o paraíso ? Bem, deve ser a vida perfeita: sem problemas, sem conflitos, "mais clara e farta, repleta de toda satisfação que se tem direito, do firmamento ao chão..." (como canta o Lulu Santos na música Tempos Modernos) e talvez, até sem a presença da morte... Agora, parece que as pessoas esqueceram um pouco essa busca, ou talvez por conta da "pressa" do mundo moderno, não tenham esquecido... mas não expressam esse desejo claramente. E isso tem ocorrido até mesmo entre aquelas pessoas ligadas às artes, que têm a mente mais imaginativa e sonhadora.

A busca do paraíso

Mas já foi muito comum artistas, especialmente os pintores, diante dessa ansiedade pelo lugar perfeito, "concretizarem" essa frustração humana em suas obras, retratando o que seria o Éden. Um desses artistas foi o francês Paul Gauguin, pintor do século 19.

Paul Gauguin

Auto-retrato de Paulo Gauguin

Paul Gauguin abandonou a Europa, onde vivia, em busca do "paraíso real". Morreu em 1903, e está enterrado na ilha de Hiva Oa, na Polinésia Francesa. Por que ele abandonou a França ? Gauguin era muito pobre, levava uma vida de miséria, mesmo sendo um artista muito talentoso, e por isso ele menosprezava as convenções tacanhas, em sua visão, da sociedade européia. Ele adotou tal comportamento após morar dois anos no Taiti. Ao retornar à Europa, decidiu que não ficaria ali, iria embora para sempre. Rejeitou os valores ocidentais, assim como outras pessoas na Europa de seu tempo.

Taiti - Polinésia Francesa

Gauguin sonhava com o paraíso perdido, onde poderia se refugiar dos efeitos ruins da civilização. Acreditava poder satisfazer seu desejo por um "lugar perfeito" num jardim de delícias no Pacífico, com muita paz e Sol reinante. Ele queria ficar longe da civilização, em harmonia com a natureza, num estilo de vida descomplicado: os polinésios lhes pareciam absolutamente virtuosos, por levaram a vida desse modo. Assim, Paul Gauguin foi parar nos Mares do Sul.

Taiti - bangalôs - Mares do Sul

O novo ambiente reacendeu nele a "chama" da criatividade artística: pintava a beleza simples das pessoas, e nos rostos retratados, deixava transparecer a sensação de serenidade, confiança e satisfação. Em suas novas pinturas, Gauguin queria transmitir a experiência de um mundo lendário e um ambiente pacífico nos trópicos. Será que finalmente teria encontrado o lugar perfeito ? Não. Paul Gauguin reconheceu que mesmo nas sossegadas ilhas tropicais havia problemas: ele continuava precisando de dinheiro, continuava com a saúde frágil... Um paradoxo: vida simples, descomplicada, em um ambiente de natureza impecável, não significou para Gauguin uma vida muito melhor que na "civilização". Com isso no pensamento, Gauguin, pintou sua maior obra-prima, entre as que produziu no Taiti: "De onde viemos ? O que somos ? Para onde vamos ?". Por meio dessa tela, tentou externar sua incompreensão do mundo, da vida.

"De onde viemos ? O que somos ? Para onde vamos ?"

Em nosso mundo contemporâneo continuamos sem respostas para as perguntas que dão nome a tela de Gauguin. Continuamos insatisfeitos, procuramos compensação nos bens materiais e na aparência. Se você acredita na criação pode se apegar ao que diz a Bíblia. Se você acredita na evolução, se apega às teorias cientifícas. Se não acredita em nada, não se apega a nada, e se prende ao hoje e agora, e guarda suas aflições em algum lugar da consciência. Mas, de um jeito ou de outro, não temos nossos questionamentos plenamente satisfeitos... por quê ? o que há por trás da vida ?

Paua - O Molusco Psicodélico

Paua ou Opala do Mar é um molusco que tem uma concha pouco atraente... feia mesmo... revestida com alta concentração de carbonato de cálcio e outras impurezas presentes na água e no fundo do mar. E daí ?


Concha do Paua ao natural

Bem, essa concha aparentemente pouco atraente, quando devidamente limpa, apresenta cores incandescentes, tornando-se umas das coisas mais belas da natureza: tonalidades diversas de azul-metálico e verde-mar, tons de roxo, amarelo e rosa, além de dourado e prateado se apresentam em sua superfície.


Concha limpa

O Paua é um abalone exclusivo da Nova Zelândia. A sua concha resulta em jóias belíssimas, com cores radiantes. Ele também é muito valorizado por sua carne e suas pérolas de brilho lustroso. O Paua é um dos mais de 100 tipos de abalones existentes no mundo, sendo que na Nova Zelândia, África do Sul e nos EUA, mais especificamente, na Califórnia, ocorrem espécies únicas da região. Mas somente no Pacífico Sul, onde está localizada a Nova Zelândia, com suas águas frias, é encontrado o molusco "psicodélico".


Bracelete de concha de Paua



Pingente de concha de Paua

Ele é comparado a Opala, é chamado de "Opala do Mar", porque sua concha é feita de camadas alternadas de proteína e cálcio, assim como acontece com aquela pedra preciosa. Acredita-se que suas cores brilhantes são resultado dos nutrientes presentes na água e por causa das algas das quais se alimentam. Os maoris, povo típico da Oceania, valorizam muito a carne do Paua. A carne também é muito exportada para a Ásia, com destaque para Cingapura e Hong Kong, onde é considerada uma iguaria requintada, servida crua e fatiada, como um tipo de sushi. Devido a grande demanda pela carne do Paua, e de olho na quantidade de dólares movimentados nesse mercado, desenvolveram-se metódos de criação em cativeiro para a espécie, ajudando a preservar os bichos do ambiente natural.


A carne do abalone

Além da concha e da carne, o Paua fornece pérolas de formato semi-esférico, com as mesmas cores sensacionais das conchas, e que são cultivadas em viveiros, pois a ocorrência delas na natureza é muito rara. Como funciona essa produção em cativeiro ? Da mesma forma que se faz com outros moluscos geradores de pérolas: insere-se um grão em seu organismo, e com o tempo esse grão é envolvido com camadas de madrepérola (substância produzida pelo corpo do animal). É necessário de 18 meses, no mínimo, a 72 meses para que se forme uma pérola de tamanho razoável. Ao contrário de outros moluscos, não é possível produzir pérolas perfeitamente redondas com o Paua, pois o organismo dele possui um músculo que impede tal geração, fazendo com que as pérolas fiquem com formato irregular.


As pérolas

Viu como a aparência nem sempre diz tudo e como precisamos olhar com mais atenção ? Se tiver a oportunidade de visitar a Nova Zelândia, não perca a chance de experimentar a carne do Paua, e também aproveite para comprar as jóias produzidas com a concha e pérolas do bicho...

Sakura Flor

Você já teve a oportunidade de viajar para algum país onde exista neve ? Reparou como ela é branquinha ? E se ao invés de branca, a neve fosse rosa ? Poluição ? Não, não. A "neve" rosa a que me refiro, aparece no Japão - especialmente, mas ocorre em outros lugares do mundo - como resultado da floração da cerejeira, árvore cuja flor é adorada pelos nipônicos. Essa flor rosa, que toma conta da copa das árvores que lhes dá origem e também cobre o chão (parece neve...), é a sakura, a flor de cerejeira. É por esse nome que ela é conhecida no Japão. A sakura, com suas pétalas delicadas, é tão admirada por lá, que está sempre presente na história cultural japonesa. Essas flores dão em cachos, cada flor com cinco pétalas de bordas irregulares, podendo ter bem mais, dependendo da espécie. São mais de 300 tipos de cerejeiras existentes no Japão. Sua cor varia do quase branco ao rosa-carmesin, passando, obviamente, por diversas variações de tons, dentro desse espectro. A sakura é símbolo de pureza e simplicidade.


Sakura

É impressionante, impossível não prestar atenção em uma cerejeira carregada de flores, sem nenhuma folha, apenas flores, refletindo a luz do sol, em seu brilho branco-rosado. E um bosque inteiro formado apenas de árvores cerejeiras floridas é uma das vistas mais incrível de ser apreciada! Nas montanhas Yoshino, no Japão, existem quatro bosques ocupados por mais de 100 mil árvores da espécie. São tantas, que dá a impressão que as montanhas estão cobertas de neve. Os japoneses chamam o efeito de neve rosada de sakura fubuki (nevada da flor de cerejeira). Normalmente os cultivadores da cerejeira plantam as árvores de forma a conseguirem diversos efeitos visuais: em fileiras paralelas, por exemplo, elas formam um "túnel" com abóbadas branco-rosa, e muitas pétalas caídas no chão, formando um tapete rosado.


Neve rosa

Pena que a cena dura pouco, porque a floração da cerejeira é muito breve: as flores morrem em no máximo três dias. Mas, pra compensar, no Japão ocorrem diversas floradas: a primeira acontece em janeiro, em Okinawa, e a última termina em maio, em Hokkaido, ou seja, na direção sul - norte do arquipelágo japonês. Pode ter certeza que em algum ponto das ilhas, durante esse período, você vai encontrar as cerejeiras floridas! Esse "movimento" da floração da cerejeira é noticiado até pela televisão japonesa! Milhares de japoneses vão para os locais onde as árvores estão florescendo no momento. Esse costume é conhecido como hanami (ver as flores) e é bem antigo: nos anos 794-1185 já existiam festas com o objetivo de praticá-lo.


Piquenique Sakura

Nos dias atuais, os japoneses fazem piqueniques sob a copa das cerejeiras. O costume de observar a sakura é levado tão a sério, que algumas empresas japonesas promovem eventos para seus funcionários nos bosques floridos. Realmente a flor de cerejeira é um fenômeno: tão frágil, mas tão poderosa, a ponto de mudar o comportamento de um país inteiro!


Sakura Fubuki

No Brasil, devido a grande comunidade japonesa presente no país, são realizados diversos e animados eventos, atraindo milhares de turistas e admiradores para locais como o Parque do CarmoHorto Florestal do Estado (Parque Estadual Alberto Löfgren), na capital paulista, Sakura Home de Campos do Jordão, e em diversas outras cidades onde a comunidade nipônica esteja presente: Garça, Piedade, Suzano, Atibaia, em São Paulo, Apucarana no Paraná, Frei Diogo em Santa Catarina.

O Parque Nacional de Nairóbi

De repente uma bola de fogo surge: o sol começa a subir sobre a linha do horizonte, anunciando o início de um novo dia. Seus raios são refletidos nas janelas de vidro dos prédios da cidade, deixando tudo com um tom dourado.


Perto dali, a natureza é palco de mais um espetáculo emocionante, e dramático, resultante da necessidade de sobrevivência: um leão, escondido na vegetação, observa atentamente os passos de um impala, sério candidato a virar, talvez, seu próximo desjejum... mas, pressentindo a intenção do predador oculto, o impala sai em disparada, e o leão não perde tempo, vai no seu encalço. Será que conseguirá apanhar sua presa ? Será que o impala conseguirá escapar do seu predador ?

Leão
                       
Essas cenas são corriqueiras no dia-a-dia do Parque Nacional de Nairóbi. Esse parque fica praticamente dentro do perímetro urbano da capital do Quênia, Nairóbi


Nairóbi no horizonte do parque nacional

Rinoceronte-Negro

A idéia da criação dessa reserva natural surgiu a partir da popularização dos safáris de caça de animais de grande porte, causada especialmente pelas expedições ao continente africano promovidas por Theodore Roosevelt, ex-presidente dos Estados Unidos e o princípe Edward, de Gales, lá na década inicial dos anos 1900. Somente Roosevelt caçou mais de 500 animais para a formação de um museu de história natural nos EUA! A conclusão da Linha Lunática, a ferrovia que ligava o Quênia a Uganda, também foi decisiva para que aumentasse a pressão sobre os dirigentes políticos da época, no sentido de criação de uma área de proteção para a vida selvagem. A ferrovia contribuiu substancialmente para o aumento da presença humana na região do atual parque, restringindo o espaço antes ocupado livremente pelos animais.

Impala

Pássaro-Secretário

O governo do período, não via com bons olhos a criação de uma reserva para preservação da fauna e da flora, no pedaço de terra queniano que estava virando um dos maiores centros urbanos da África! Vencidos os obstáculos, o parque foi implantado em 16 de dezembro de 1946. É um parque relativamente pequeno, se comparado a outros existentes na África. Mas é um dos mais interessantes, pois o contraste da presença da vida selvagem muito próxima de um grande e moderno centro urbano é algo bem raro.


Antílopes

E por ser "pequeno"o Parque Nacional de Nairóbi tem uma concentração muito grande de animais de grande porte, exceto elefantes. São mais de 100 espécies de mamíferos e mais de 400 espécies de aves. Um turista hospedado em Nairóbi pode chegar ao parque em questão de minutos, e ver, quase que imediatamente, a presença dos leões perseguindo suas presas, e tendo como fundo, como cenário, na linha do horizonte, os arranha-céus da capital queniana. O visitante poderá ver ainda, búfalos, leopardos, girafas, macacos e o incrível rinoceronte-negro, ameaçado de extinção, além de gnus em migração. Também, há uma grande variedade de aves no parque, onde se destacam pelo seu tamanho, os avestruzes (2 metros de altura) e os abutres. A área do parque é formada por 6% de vegetação florestal e 94% por vegetação de savana. Existem ainda no local, paredões com mais de 100 metros de altura que possibilitam a prática de rapel.

Abutre

O Parque Nacional de Nairóbi está seriamente ameaçado pelo crescimento rápido e desordenado da capital queniana, e pela poluição causada pelas indústrias instaladas em seus arredores. Portanto, se você se interessou, e pode pagar, visite-o antes que ele acabe!

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